Como me parece que tão cedo não terei tempo e "equipe" para ir fotografar as três belíssimas fachadas dos casarões em Santo Cristo ("equipe" pois esta área não é muito segura, e não seria recomendável eu ir sozinho, com máquina fotográfica em punho), recorro novamente ao Google Street View para fazer o post.
Vemos que a fachada está em estado razoável. Na parte abaixo das janelas os azulejos estão muito desgastados, e enfiaram um "registro" (conjunto de azulejso com imagem de santos) abaixo dos telhões. Na foto abaixo, percebemos que mais triste ainda é o estado da lateral do imóvel, já totalmente desfigurados, sem cantaria em torno da porta de entrada, janelas de esquadria de alumínio, um segundo andar ao estilo "puxadinhos", com cobogós cerâmicos... e é melhor para a lista por aqui, para não ficarmos mais tristes.
Na foto acima podemos ver que o portão de entrada ainda conta com um leão em faiança, o que provavelmente foi parte de um par de leões, como a arquitetura do portão deixa claro. Não sei se esta cor é a original, mas acho improvável. É capaz que tenham lhe aplicado uma camada de tinta. Na foto abaixo, de autoria de Ivo Korytowski, podemos ver o leão em mais detalhe.
Abaixo podemos ver os mesmos azulejos (o de padrão com a flor central em manganês, ao invés de amarelo, como o caso do sobrado neste post), em uma foto do Solar do Jambeiro, que já foi apresentado aqui no blog neste link.
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Uma variação do motivo do azulejo de padrão acima, encontrado em um catálogo online de azulejos antigos holandeses. |
O azulejo de padrão também pode ser encontrado em um dos banheiros do Museu do Açude, que já foi assunto de um post anterior.
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azulejos de um dos banheiro do Museu do Açude |
O azulejo de cercadura já foi visto aqui no blog, neste post sobre um sobrado na Rua do Rosário.
Por conta da tonalidade dos azulejos, e a técnica de impressão dos mesmos (transfer print com "flow blue"), eu arriscaria dizer que são ingleses, mas como muito pouco entendo do assunto, deixo para os experts decidir.
E agora, os telhões! Os amados telhões.
São todos de um mesmo modelo, que podemos ver melhor na foto abaixo, também do Museu do Açude:

Porém, na ponta da direita de quem olha para o telhado, há dois outros desenhos nos telhões, talvez resultado de alguma reposição, onde se usou o que se econtrou de mais próximo às telhas originais. Um dos modelos é um espelhamento do outro, e o segundo poder ser visto abaixo (segundo e quarto telhões).
Que inveja. Estás sempre a descobrir telhões!!!
ResponderExcluirOs azulejos não são de todo portugueses, isso posso eu garantir.
Um abraço
Olá Luis,
ExcluirNeste local são 3 casas geminadas com azulejos de padrão e telhões. O próximo post será sobre a terceira casa. Acho que você irá gostar.
abraços