última atualização: 07/10/2016
Volto a este imóvel que foi aqui apresentado há mais de um ano, nesta postagem, pois graças a este último final de semana, que passei na cidade do Porto, em Portugal, o mistério da origem dos azulejos está resolvida!
Abaixo repito as fotso dos azulejos usados no imóvel, apenas para facilitar a comparação com a foto a seguir, que foi realizada ontem em uma rua do Porto.
rua Senador Pompeu |
rua Senador Pompeu |
Porto, Portugal |
Como havia dito anteriormente, o azulejo de padrão usado no imóvel em questão foi pintado com rica policromia, muito diferente do que costumamos ver neste blog.
Na ocasião eu também "chutei" que os azulejos, pelas dimensões e tipo de decoração me pareciam ser de Portugal. E agora fico muito feliz em poder afirmar que realmente estes azulejos são portugueses! Só por este fato, devido à raridade de fachadas azulejadas com peças oriundas de Portugal, este imóvel que está beirando a ruína, merecia ser recuperado. Mas não tenho esperanças. E talvez seja melhor deixá-lo como está, pois vários imóveis azulejados do século XIX que foram reformados recentemente na cidade, tiveram seus azulejos originais removidos criminosamente, e substituídos por imitações vagabundas em impressão industrial.
Atualização de 7/10/2016
Hoje, consultando o site "Reflexos do Porto: Guia do Azulejo na Cidade" [>>] achei mais uma referência de uso do azulejo de padrão em questão nesta postagem, desta vez na rua do Bonfim:
Google Street View |
Então a sua ida ao Porto deu bons frutos, amigo Fábio! Um deles o tê-lo motivado a retomar as postagens no blogue.
ResponderExcluirEste padrão à distância não tem grande impacto, mas realmente os azulejos são lindos!
Beijos
Olá Maria Andrade, tudo bom?
ExcluirSim, a viagem ao Porto, que era apenas para descansar um pouco da rotina na VA, acabou rendendo muito! E não apenas como pesquisa dos azulejos e telhões (pude medir vários azulejos retangulares chanfrados, coisa que queria há muito fazer, percebi muitas particularidades no uso e padrões dos azulejos do norte, etc), como também rendeu profissionalmente, e é provável que eu esteja de volta já em 2014 a Portugal.
Sobre o azulejo em questão, o interessante é que eu já havia aventado a hipótese dele ser do norte, por ser muito colorido e com detalhes pequenos.
b'jinhos!
Também do ponto de vista arquitetônico este imóvel é extremamente interessante, pois há no mínimo meio século de defasagem entre o primeiro andar, que segue a linguagem barroco-colonial dominante até meados do século dezenove, e o segundo, em estilo neoclássico imperial tardio, talvez já do início do século vinte. Lembremos também que, excetuados fortes e igrejas, pouquíssimas construções contemporâneas a este primeiro andar sobrevivem no Rio de Janeiro.
ResponderExcluirOlá Raul,
ExcluirEstava mesmo contando com alguma colaboração sua neste sentido, pois mesmo eu que pouco entendo de estilos em arquitetura, ainda mais arquitetura civil urbana, sempre achei que o segundo andar era acréscimo, ou no mínimo, remodelagem. Aqueles detalhes acima da cantaria das janelas do térreo devem ter sido acréscimos feitos quando da construção do piso superior, não é?
abraços!
Isto mesmo, Fábio. Não é comum que as janelas de verga curva do estilo barroco-colonial sejam encimadas por sobrevergas retas. Ao contrário dos imóveis neoclássicos, em que as sobrevergas eram obrigatórias em todas as portas e janelas, no barroco-colonial eram usadas excepcionalmente, para dar um ar de grandiosidade, sobretudo nas igrejas.
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