quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Centro LI - Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens

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A invocação a Maria, mãe de Cristo, surgiu no convento de São Francisco das Chagas, no bairro de Xabregas, em Lisboa. A devoção a Nossa Senhora Mãe dos Homens chegou ao Brasil depois do século XVIII, trazida por um personagem envolto em mistério, o Irmão Lourenço, um membro fugitivo da família Távora, perseguida pelo Marquês de Pombal por razões políticas.
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No Brasil, o Irmão Lourenço adquiriu terras na Serra do Caraça, em Minas Gerais, onde fundou o Santuário de Nossa Senhora Mãe dos Homens. Lourenço construiu também, em 1774, a primeira capela. No mesmo local, posteriormente, foi construído o Colégio do Caraça, que educou por várias décadas grande número de jovens brasileiros. 

No Rio de Janeiro, a devoção a Nossa Senhora Mãe dos Homens teve início em um modesto oratório de esquina, que depois deu origem a uma das Igrejas de maior valor cultural do Brasil. Na época dos Vice-Reis, os oratórios de esquinas nas ruas eram sempre de iniciativa dos particulares. Em geral, pertenciam ao proprietário do edifício. Por provisão do Bispo Diocesano, Dom Antônio do Desterro, Monge Beneditino, fundou-se ali, no dia 9 de janeiro de 1758, o Sodalício de Nossa Senhora Mãe dos Homens. Hoje a igreja está localizada na rua da Alfândega.

A Igreja foi também alvo da política colonial. Em 1789, Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes, escondeu-se na Igreja a fim de se proteger das autoridades da época. Tiradentes assistiu à missa da lateral da Igreja, pouco antes de ser preso e condenado.

saiba mais sobre a história da irmandade e da igreja neste link.

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Esta igreja está numa das ruas mais estreitas do centro do Rio, remanescente do período colonial, quando as ruas eram nem um pouco largas ou arejadas. Por isso mesmo, entendo a dificuldade em obter boas fotos da mesma. Uma foto inteira do prédio da igreja, de frente, é praticamente impossível.

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Sendo assim, até mesmo uma foto com as cores drasticamente alteradas como a abaixo está valendo!

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para terminar, uma foto que juro que não está aqui pelos azulejos, mas pelo belo trabalho da pia "privativa dos sacerdotes".

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2 comentários:

  1. Igreja de um barroco tardio, mas muito interessante, sobretudo na cúpula, que me parece um mimo, tendo em conta a passagem de um perfil quadrado para outro octogonal, e o galo, colocado como cata-vento (?), no topo do pára-raios, é uma graça. Belíssimo.
    No entanto, as coberturas parecem-me estar a necessitar que lhes acudam com alguma celeridade.
    Achei muito interessante a solução do portal principal, que termina num arco interrompido para dar lugar a um janelão no meio. "Mataram-se dois coelhos numa só cajadada", pois deu-se ênfase ao eixo principal, nobilitando-o com um arco clássico típico do final do barroco, a entrar no período "rocaille", e iluminou-se ao mesmo tempo o interior da igreja!
    A pia privada é um luxo!!!! Os azulejos colocados segundo a tradição, em diagonal, os frisos trabalhados e a escultura da pia, tudo aponta para uma forte hierarquização qualificada dentro da igreja.
    Abraço
    Manel

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    1. Olá Manel,
      Uma das coisas que estava lendo sobre a igreja é que, embora seja tomabda desde 1938, a coitada não conta com qualquer tipo de verba pública ou privada de vulto para sua manutenção. Conta apenas com doações dos fiéis. E por ser uma das igrejas menos conhecidas da cidade (e tão escondida), não recebe o merecido destaque turístico e do governo, como as suas "irmãs" mais famosas.
      abraços!

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