A invocação a Maria, mãe de Cristo, surgiu no convento de São Francisco das Chagas, no bairro de Xabregas, em Lisboa. A devoção a Nossa Senhora Mãe dos Homens chegou ao Brasil depois do século XVIII, trazida por um personagem envolto em mistério, o Irmão Lourenço, um membro fugitivo da família Távora, perseguida pelo Marquês de Pombal por razões políticas.
No Brasil, o Irmão Lourenço adquiriu terras na Serra do Caraça, em Minas Gerais, onde fundou o Santuário de Nossa Senhora Mãe dos Homens. Lourenço construiu também, em 1774, a primeira capela. No mesmo local, posteriormente, foi construído o Colégio do Caraça, que educou por várias décadas grande número de jovens brasileiros.
No Rio de Janeiro, a devoção a Nossa Senhora Mãe dos Homens teve início em um modesto oratório de esquina, que depois deu origem a uma das Igrejas de maior valor cultural do Brasil. Na época dos Vice-Reis, os oratórios de esquinas nas ruas eram sempre de iniciativa dos particulares. Em geral, pertenciam ao proprietário do edifício. Por provisão do Bispo Diocesano, Dom Antônio do Desterro, Monge Beneditino, fundou-se ali, no dia 9 de janeiro de 1758, o Sodalício de Nossa Senhora Mãe dos Homens. Hoje a igreja está localizada na rua da Alfândega.
A Igreja foi também alvo da política colonial. Em 1789, Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes, escondeu-se na Igreja a fim de se proteger das autoridades da época. Tiradentes assistiu à missa da lateral da Igreja, pouco antes de ser preso e condenado.
saiba mais sobre a história da irmandade e da igreja
neste link.
Esta igreja está numa das ruas mais estreitas do centro do Rio, remanescente do período colonial, quando as ruas eram nem um pouco largas ou arejadas. Por isso mesmo, entendo a dificuldade em obter boas fotos da mesma. Uma foto inteira do prédio da igreja, de frente, é praticamente impossível.
Sendo assim, até mesmo uma foto com as cores drasticamente alteradas como a abaixo está valendo!
para terminar, uma foto que juro que não está aqui pelos azulejos, mas pelo belo trabalho da pia "privativa dos sacerdotes".
Igreja de um barroco tardio, mas muito interessante, sobretudo na cúpula, que me parece um mimo, tendo em conta a passagem de um perfil quadrado para outro octogonal, e o galo, colocado como cata-vento (?), no topo do pára-raios, é uma graça. Belíssimo.
ResponderExcluirNo entanto, as coberturas parecem-me estar a necessitar que lhes acudam com alguma celeridade.
Achei muito interessante a solução do portal principal, que termina num arco interrompido para dar lugar a um janelão no meio. "Mataram-se dois coelhos numa só cajadada", pois deu-se ênfase ao eixo principal, nobilitando-o com um arco clássico típico do final do barroco, a entrar no período "rocaille", e iluminou-se ao mesmo tempo o interior da igreja!
A pia privada é um luxo!!!! Os azulejos colocados segundo a tradição, em diagonal, os frisos trabalhados e a escultura da pia, tudo aponta para uma forte hierarquização qualificada dentro da igreja.
Abraço
Manel
Olá Manel,
ExcluirUma das coisas que estava lendo sobre a igreja é que, embora seja tomabda desde 1938, a coitada não conta com qualquer tipo de verba pública ou privada de vulto para sua manutenção. Conta apenas com doações dos fiéis. E por ser uma das igrejas menos conhecidas da cidade (e tão escondida), não recebe o merecido destaque turístico e do governo, como as suas "irmãs" mais famosas.
abraços!