sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Quissamã I - Solar de Mandiquera

Esta semana fui procurado por Mateus Fragoso, que está envolvido nas pesquisas do projeto de restauro do Solar da Fazenda Mandiquera, na cidade de Quissamã, na região norte do estado do Rio de Janeiro. Ele me enviou fotos de 2 azulejos de padrão encontrados neste solar. Mateus me pediu para ajudá-lo na identificação da origem dos azulejos.



O Solar da Fazenda Mandiquera foi erguido em 1875, pelo futuro Conde de Araruama. A riqueza de seu interior e da sua arquitetura palaciana revela a época áurea do ciclo da cana de açúcar, chegando a ser considerada a construção mais luxuosa do interior rural do norte fluminense. Foi utilizado até o ano de 1934, quando a família muda-se para Niterói, fechando o Solar definitivamente. O Solar passou por um período de 50 anos de abandono, e nesse tempo houve problemas graves no telhado, levando a infiltrações e desabamentos. Por volta da década de 80, o Solar passa para a posse de Hélcio Carneiro da Silva.

Segundo me informou Mateus, ambos azulejos medem 10x10 cm, e foram usados apenas em áreas internas do Solar. A cozinha e a despensa da casa eram revestidas com os azulejos, que foram caindo com o tempo, e  como o solar estava abandonado, as pessoas os levavam embora. Por fim o proprietário decidiu arrancar tudo que ainda restava, e deixou guardado. Embora ainda tenha restado uma quantidade considerável, Mateus acredita que apenas aproximadamente 30% da quantidade original de azulejos foi preservada.

Um canto da cozinha, onde ainda se vê partes de azueljos remanescentes.
Voltando aos azulejos, o primeiro é um "velho" conhecido aqui no blog, o padrão "Engels net", que no caso do Solar é de fabricação holandesa. Entretanto, este padrão foi também usado em fábricas de Portugal.
ficha do azulejo em questão, no acervo do Museu do Azulejo da Holanda.
o azulejo do Solar
o azulejo holandês, visto na ficha acima.
Já o segundo padrão eu não consegui localizar ainda em nenhum catálogo, mas acredito que por conta de suas dimenões, estilo e técnica de decoração seja também holandês, em particular da produção semi-industrial, por volta do ano 1900.

Abaixo apresento algumas das fotos do estado atual do Solar que o Mateus generosamente me enviou e autorizou a publicação. Espero que esta recuperação e restauro do Solar realmente acontece, e o mais rápido possível, pois ele é um testemunha importante de um momento histórico do estado do Rio de Janeiro, e do Brasil. A cidade de Quissamã possui um dos maiores patrimônios históricos e culturais do Estado do Rio de Janeiro, especificamente relacionado com o desenvolvimento e apogeu da produção do açúcar no norte fluminense.




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O Mateus Fragoso generosamente me enviou há pouco mais fotos, incluindo fotos dos jarrões de faiança do Porto (o primeiro é da Fábrica de Santo António):



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Atualização em 24/2/2013

O padrão conhecido na Holando por "Engels Net" (renda inglesa) foi produzido ao menos em dois países (Holanda, Portugal), e sempre que eu o apresento aqui no blog, a questão da possível origem dos exemplares encontrados no Rio de Janeiro é levantada. E isso é ótimo! Uma das melhores coisas da blogosfera é justamente esta interatividade, a troca de opíniões e informações, os debates, e assim todos vão aprendendo juntos e aos pouco ficamos sabendo mais sobre os assuntos que nos interessam.

Por isso mesmo, acho importante comparar outra vez os diversos exemplares de "Engels net" (Holanda) ou "Crochet" (Portugal), como já havia feito antes em uma outra postagem, mas de forma muito solta e apressada. Desta vez coloquei todos os azulejos num mesmo tamanho de imagem (o que muitas vezes prejudica a definição da imagem, pois nem sempre as fotos que eu consegui são em resolução alta), para que possamos comparar ponto a ponto cada variação deste padrão.

o azulejo do catálogo do Museu Nacional do Azulejo (Holanda)
o azulejo do Solar de Mandiquera
a azulejo de um sobrado no Rio de Janeiro
azulejo fotografado em Lisboa
azulejo fotografado em Lisboa
azulejo fotografado em Lisboa
azulejo da Fábrica da Roseira, Lisboa
(foto cortesia de Manel Sousa)
É bem clara a diferença entre o azulejo encontrado no Solar da Mandiquera, em sobrados no Rio de Janeiro e no catálogo do Museu Nacional do Azulejo da Holanda, em relação aos azulejos portugueses com o mesmo padrão.

O desenho do padrão no exemplar holandês, e nos exemplares encontrados no Rio de Janeiro, além de absolutamente idêntico, é muito mais elaborado, mais detalhado, mais refinado do que os azulejos portugueses. O desenho nos azulejos portugueses me parecem uma simplificação do desenho holandês, ou vice-versa.

Há ainda a questão do tamanho. Tanto no Solar da Mandiquera, nos sobrados no Rio de Janeiro e no catálogo do Museu Nacional do Azulejo da Holanda, os azulejos apresentam 10x10cm em suas medidas. E como sabemos, o tamanho habitual dos azulejos portugueses é de de 14cm. Eu não tenho as dimensões dos azulejos portugueses acima, e não saberia dizer se seguem este padrão de 14cm. Seria ótimo se algum amigo de Lisboa pudesse ir à rua com uma regua e medí-los para que esta análise ficasse mais completa.
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Atualização em 24/2/2013

A querida amiga Maria Andrade, como vocês podem ver nos comentários abaixo, teve a iluminada ideia de procurar este padrão de azulejos no MatrizNet, que é um site fantástico, que reúne online o acervo dos principais museus portugueses.
Lá ela encontrou no catálogo um pequeno painel de mostruário do padrão conforme produzido pela Fábrica da Roseira (Lisboa), datado de 1833-1880, em azul e castanho sobre branco.



O painel mede 41cm de lado, e como são 3x3 azulejos, podemos concluir que cada azulejo teria 13,5cm de lado, o que está dentro do padrão português (13,5x13,5cm ou 14x14 cm, os tamanhos mais comuns para azulejos de padrão do século XIX).

Com isso, fica ainda mais evidente que os azulejos encontrados no estado do Rio de Janeiro, tanto na capital, quanto no interior, só podem ser mesmo holandeses, como já deixava claro o fato do desenho do padrão, e as dimensões dos azueljos, serem exatamente iguais em todos os aspectos,

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Atualização em 26/2/2013

Hoje recebi do caro amigo Luis Montalvão fotos que ele mesmo fez de exemplares do padrão "Crochet" em Liboa. O da calçada Santana é deliciosamente tosquinho. Eu simplesmente ADORO esta soltura, às vezes beirando a ingenuidade, de certos azulejos portugueses, que lhes confere uma característica única, praticamente cada exemplar é um mundo em si. Eu gosto de poder sentir que por trás daquela peça cerâmica houve o trabalho de uma pessoa, que através das pequenas imperfeições, deixou para sempre suas marcas nos azulejos.

calçada Santana, 14x14 cm
rua S. Domingos à Lapa, 13x13 cm
travessa S. António à Lapa, 13x13 cm
Acho interessante registrar que a Holanda também produziu versões do "Engles net" mais simples, como as portuguesas, em estanhola, entre 1870 e 1900. Vejam abaixo:

Fábrica desconhecida, 1880 - 1920; 13x13cm
Harlingen,  Utrecht, 1880 - 1920; 13x13cm  
Harlingen, Utrecht, 1870 - 1920; 13x13cm
Harlingen, Utrecht, 1880 - 1920; dimensões não informadas
Se levarmos em conta a informação que nos trouxe a Maria Andrade, de que este padrão foi produzido em Portugal pela Fábrica da Roseira (Lisboa) entre 1833-1880, isto me faz pensar que o padrão foi primeiro fabricado em Portugal, e só depois na Holanda, já que a data mais antiga que se pode encontrar em um catálogo holandês para este padrão é 1890. Talvez por volta de 1900 o tenham redesenhado, na forma mais elaborada e bem acabada como o que vemos no Solar de Mandiquera e nos sobrados cariocas. 

página do um livro de modelos de 1890 da fábrica Ravesteyn, criada em 1844 em Utrecht
pelos irmãos Huibert e Hendrik Ravesteyn, e que operou por 150 anos, até 1994.

Por fim, há ainda exemplares deste padrão que eu encontrei em um site americano, que quase certeiramente são portugueses, pois além das medidas dos mesmos (14x14 cm), os desenhos do padrão são muito parecidos com as variações portuguesas acima:



Este site apresenta uma infinidade de azulejos nitidamente portugueses, muitos da fábrica Devezas.

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Atualização em 6/3/2013

Acabei de saber por Jan Pluis, o maior sistematizador e sabichão dos azulejos holandeses, autor do livro "The Dutch Tile, designs and names 1570-1930", a "bíblia" do azulejo dos Países Baixos, que o padrão "Engels net" (ou "crochet", em Portugal), também é conhecido como... Braziliaan! Ele também me disse que acredita que este padrão seja originalmente português, e teria sido mais tarde copiado pelos holandeses.

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Atualização em 7/3/2013

Mais alguns exemplos do padrão português "Crochet", obtidos no Google Images

Igreja do Carmo em Viana do Castelo. Fonte: blog Azulejos da Minha Terra
Igreja de S. Domingos em Viana do Castelo. Fonte: blog Azulejos da Minha Terra
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Atualização em 14/3/2013

Acabei de encontrar uma foto no site Flickr de exemplares deste padrão em Coimbra:


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Atualização em 21/7/2013

Lisboa

36 comentários:

  1. Que casa fantástica, com um estilo algo italiano, que, creio, deva ter sido adotado pela arquitetura dita de colonial, só que, neste caso, com caraterísticas mais iluminadas, o que pode indiciar donos mais esclarecidos ou com um gosto mais apurado.
    É absolutamente fantástico!
    Então os interiores são verdadeiramente faustosos, com um pé direito fora de série e pinturas parietais de tirar o fôlego!
    Que arquitetura requintada!
    As bandeiras das portas que dão para o exterior parecem ter uma afinidade neoclássica, e que casam muito bem com as portas logo abaixo, de caraterísticas mais românticas.
    Os forros em madeira do tipo de saia e camisa, creio ser o termo técnico (mas sem certeza), e as portadas almofadadas e trabalhadas.
    Este velho solar é um requinte e reconstruí-lo será um verdadeiro prazer para quem tiver o gosto e a capacidade económica necessários.
    Muito obrigado pela visita
    Manel

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    1. Olá Manel,
      A casa é mesmo fantástica. Pena o resultado de 50 anos de abandono! Esta restauração não será fácil, mas espero realmente que vá em frente, pois é um belo patrimônio do estado do Rio, representante de uma era marcante da economia fluminense e brasileira.
      abraços!

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    2. Olá Manel, gostei muito da sua descrição. Realmente o Solar impressiona nos mínimos detalhes, desde os azulejos, aos finos papéis de parede franceses, ao complexo piso de parquet dos salões nobres e ainda mais nas pinturas em escaiola do foyer e da varanda. O estilo dele é neoclássico, e é um tanto incomum, pois apresenta em ambiente rural, requintes dignos da corte. O pé direito é realmente fora de série, são 5,30 metros de altura, só no interior, os forros são em saia e camisa de um modo geral e recebem fino acabamento nos salões nobres. As fachadas eram coroadas com jarrões de louça do Porto, eram mais de 40, hoje infelizmente restam pouco mais de 10. Enfim, são muitos os detalhes, pretendo montar um algum no meu facebook mostrando isso, quando estiver pronto deixo o link aqui. Abraço.

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    3. Que beleza! Agora temos três experts em arquitetura aqui: Manel, Raul e Mateus, para preencher a minha deficiência no assunto! Fico feliz com a soma de conhecimentos que está acontecendo em torno deste blog.

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    4. Manel,
      O Mateus Fragoso generosamente me enviou mais fotos, incluindo fotos dos jarrões de faiança do Porto; veja acima.
      E chama o Luis para dar uma olhada na postagem, pois ele está marcando toca! ;-)
      abraços

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  2. Olá Fábio, muito obrigado pela postagem, quem sabe agora identificamos a origem exata do azulejo. Dando sempre créditos, queria dizer que as fotos do Solar são do fotografo Luís Claudio Bittencourt, também conhecido como Dunga, e que o azulejo ainda não identificado, está agora no acervo do Espaço Cultural José Carlos de Barcellos. Abraço.

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    1. Obrigado pelos créditos das fotos. Torçamos para que alguém nos dê uma luz sobre este azulejo, que eu continuo apostando ser holandês.
      abraços!

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  3. Olá Fábio, acabei de ter o prazer de ver os azulejos do Solar de Mandiqüera postados em seu blog, gostaria de te agradecer e ao mesmo tempo convidá-lo a visitar o Espaço Cultural José Carlos de Barcelos, que abriga o projeto Quissamã Memória Viva. Este Espaço preserva a memória e ficará honrado ao vê-lo se deliciar vendo ao vivo e manuseando esta relíquia. Ficarei no aguardo. Visite também nossa página no facebook, o Quissamã Memória viva.

    Helianna Barcellos de Oliveira.

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    1. Olá Helianna, a página no facebook eu conheci ontem, a convite do Mateus, e até compartilhei no meu perfil do site Porcelana Brasil.
      Se um dia for para os lados no norte do nosso estado, certamente visitarei o Espaço Cultural José Carlos de Barcelos.
      Obrigado pela visita aqui no meu blog.
      abraços!

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  4. Oi, Fábio,

    O segundo azulejo me parece idêntico aos do friso superior do casarão do meio da Rua Farnese. Verifiquei minhas fotos e as imagens do Street View que você colocou no post correspondente mas as suas novas fotos mais detalhadas poderiam confirmar (o que também favoreceria a tese da procedência holandesa).


    Abraços

    Raul.

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    1. É isso mesmo, Raul, até já comentei isso com o Mateus via Facebook. Havia Deixado para comentar isso quando fizesse a nova postagem sobre este sobrado da Farnese (quando fui verificar minhas fotos dele que percebi que não fotografei a pinha e as quadras nos cantos, que te falei por email)
      abraços!

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  5. Ando sempre atrasado e não consigo acompanhar os blogs dos amigos. O próprio Mateus já me tinha ecrito e eu que sou um grosseirão nem lhe respondi, embora tivesse feito umas pesquisas sobre o azulelo, que inicia este post, que em Portugal ficou conhecido pelo padrão do crochet. Conforme o Manel te escreveu foi fabricado pela Viúva Lamego, Roseira, Carvalhinho e Sacavém e são dos azulejos mais vulgares em Lisboa. Logo aqui ao lado da minha casa, na Calçada Santana, a rua onde terrá morrido o poeta Luís de Camões, há uns dois prédios revestidos com esses azulejos.

    Mas acredito na tua opinião e julgo que esses talvez sejam holandeses.

    O Solar é lindo e é uma dor de alma que esteja numa ruína e que não seja aproveitado para centro cultural biblioteca ou turismo rural.

    Um abraço e parabéns pelo post

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    1. Sim, na época em que procurei a origem dos jarrões da platibanda. Sem problemas por não ter respondido. Abraço

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    2. Olá Luís,
      Estava sentindo a tua falta aqui nesta conversa. É sempre bom lembrarmos como os desenhos de azulejos, não apenas deste em questão nesta postagem, mas vários outros, circularam entre as diversas fábricas de uma mesmo país, e mesmo entre países diferentes, principalmente entre Holanda e Portugal. Tendo a acreditar que o fato de ambos os países exportarem seus azulejos para o Brasil de forma intensa no século XIX colaborou para esta circulação dos desenhos entre os dois países.
      De toda forma, achei importante refazer a comparação do "Engels net" com o "Crochet", pois eu percebo diferenças bem notórias entre os desenhos holandês e Português.
      Se não fosse abusar, caso haja azulejos "Crochet" em pavimento térreo, você poderia um dia sair à rua com uma régua, e me fazer a grande gentileza de medí-los? Fico muito curioso em saber se o "Crochet" tem em torno de 14x14cm, ou se o fizeram também pequeno, como os holandeses, com 10x10cm.
      Obrigado e grande abraço!

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  6. Amanhã, vou ver se saio de fita métrica e máquina fotográfica. O pior que pode acontecer é eu esquecer-me de tudo. lol.

    um abraço

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  7. Olá Fábio,
    Já vi este azulejo em vários prédios por cá e resolvi ir procurá-lo na base de dados do Matriznet. Encontrei um painel no Museu do Azulejo, da Fábrica da Roseira (Lisboa), datado de 1833-1880, em azul e castanho sobre branco. O painel é de 3x3 e mede 41cm de lado, o que me leva a pensar que cada azulejo terá cerca de 13,5cm. Se quiser lá ir ver, o nº de inventário é o 7266-5 Az.
    Bjos

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    1. Olá Maria Andrade,
      Que ótimo! Obrigado! Não me ocorreu pesquisar no MatrizNet. E olha que curioso: eu indiquei o MatrizNet para o Mateus, para ele pesquisar as figuras de faiança de outro Solar, e eu da minha parte não fiz o mesmo para estes azulejos!! Até olhei o Sistema de Referência e Indexação de Azulejo (link), mas no mais completo, e mais certo, não procurei. Em casa de ferreiro...
      Muito obrigado mesmo.
      b'jinhos!

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    2. Sabe, Fábio, quando fiz o comentário, apressada e precipitada como às vezes me acontece, não me apercebi dos pormenores da atualização de ontem, nem reparei que já cá tinha um azulejo da Fábrica da Roseira fotografado pelo Manel. De qualquer forma o painel do Museu do Azulejo foi útil para ficar a saber as medidas e a data de fabrico.
      Bjos.

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    3. Olá Maria Andrade,
      Sua ideia de procurar no MatrizNet foi excelente! Não apenas nos trouxe as dimensões dos azulejos da Fábrica da Roseira, como me acordou do esquecimento em usar este site para as pesquisas. Como já contei, eu já recomendei o site, mas sempre me esquecia de usá-lo eu mesmo!
      b'jinhos

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  8. Vindo de fim de semana deparo com as fotos dos jarrões em faiança! Um obrigado ao Mateus Fragoso pela cortesia e a ti por os publicares pois são estupendos e cheiram a tempos idos, quando estes jarrões eram sinónimo de bom gosto e de arquiteturas burguesas, ou, como é o caso, palacianas mesmo!
    Começo a restaurar na minha cabeça um coroamento de mais de 40 peças destas! Simplesmente fabuloso! Aqui, quando aparecem, não são mais de meia dúzia por casa ... agora mais de 40!!!!
    Manel

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    1. O trabalho que o Mateus está fazendo na região dele é fantástico, e fico muito feliz que um rapaz tão jovem tenha se interessado por isso, e não seja como os arquitetos modernistas quando jovens, que só queriam (e conseguiram) derrubar toda a nossa herança colonial, imperial e depois republicana, para construir seus próprios prédios. O novo é importante e pode ser belo também, mas é preciso respeitar e conservar nosso passado, senão não há futuro digno.
      abraços

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  9. Mandiqüera era realmente muito rica, quando descobri sobre os jarrões também fiquei surpreso, pois pensavam que apenas a fachada principal era coroada com eles, depois vim a descobrir que outras duas também possuíam. Outra coisa que também chama atenção é a variedade de tipos, sobraram cerca de 10 dos originais e são quase todos diferentes. No blog do Luis existem algumas fotos dos jarrões da fábrica de Santo Antonio, dois deles também eram encontrados por aqui. Estou esperando a autorização da Prefeitura para fotografar estes restantes, assim que tiver as fotos, encaminho pro Fábio divulgar aqui.

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    1. Obrigado e parabéns por seu trabalho por aí Mateus! E obrigado por trazer este material para este blog.
      abraços!

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  10. Caros amigos,
    Deixo aqui uma nova mensagem, apenas para avisar que o "debate" sobre o padrão "Engels Net" / "Crochet" rendeu muito com as fotos e informações que me foram enviadas. Aproveitei e também ampliei a amostragem deste padrão conforme produzido na Holanda, e a suposição de que este padrão foi primeiramente fabricado em Portugal, e depois na Holanda, levando-se em conta as informações disponíveis até o momento.
    abraços

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  11. Aos poucos vais constituindo um banco de imagens muito interessante sobre azulejaria.

    Era bom que pelas terras lusitanas alguém se resolvesse a fazer um trabalho tão sistemático na internet, posto à consulta de todos. Claro, existe muita literatura escrita sobre o assunto, mas na internet a informação atinge num instante milhões de receptores.

    Um abraço e parabéns

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    1. Me arranja uma bolsa com residência de 3 a 6 meses em Lisboa, que eu faço este trabalho com prazer! ;-)
      A variedade e quantidade de azulejos em Portugal é tão grande, que isto seria trabalho para uma vida inteira!
      Esta comparação entre o "Crochet" e o "Engels net" está merecendo virar uma página por si só.
      abraços!

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  12. Acabei de saber por Jan Pluis, o maior sistematizador e sabichão dos azulejos holandeses, autor do livro "The Dutch Tile, designs and names 1570-1930", a "bíblia" do azulejo dos Países Baixos, que o padrão "Engels net" (ou "crochet", em Portugal), também é conhecido como... Braziliaan! Ele também me disse que acredita que este padrão é originalmente português, e foi mais tarde copiado pelos holandeses.

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  13. Boa noite Brasil!
    estou a escrever de Lisboa- Portugal e faço parte do projeto PISAL- de iniciativa do município sobre o estudo e defesa do azulejo em espaço público da cidade (fachadas muros, painéis...). Achei muito interessante esta publicação que fez das variações do modelo "crochet" que gostariamos de publicar no nosso novo facebook.
    Podemos trocar informações? Meu nome - Sofia Tempero
    Contacto: pisal@cm-lisboa.pt
    Facebook: azulejos de Lisboa PISAL
    Obrigado

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    1. Cara Sofia, tudo bom?
      Fique à vontade para reproduzir o material aqui publicado, desde que cite devidamente a fonte, e não deixe de indicar o autor de cada fotografia, uma vez que houve vários colaboradores para esta postagem.
      Não encontrei a página de vocês no Facebook com a referência indicada (azulejos de Lisboa PISAL). Se puder aqui colar o link para a página, ficarei agradecido.
      abraços!

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  14. olá Fábio
    As minhas desculpas por não ter continuado o contacto, pelo que agradeço a sua resposta.
    Quero dar-lhe os parabéns por este fantástico blogg...os últimos dias tenho passado o serão a desbravar tanta informação e apenas penso de como seria interessante o Fábio vir até LISBOA estudar os azulejos de fachada iguais aos que tem encontrado no Brasil. Aproveito para lhe dizer que em inicio de Dezembro haverá o segundo colóquio sobre a azulejaria de Lisboa em espaço público, com organização do PISAL. No primeiro colóquio tivemos o prazer de ouvir e aprender com a Arq. Dora Alcantara, que maravilha de senhora. Entretanto, a bem dos azulejos podemos comunicar via mail? Nosso contacto: pisal@cm-lisboa.pt

    Cumprimentos e parabéns pelo seu trabalho incrível
    Sofia Tempero, Câmara Municipal de Lisboa
    página:
    https://www.facebook.com/azulejoslisboa.pisal

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    1. Olá Sofia,
      Lisboa conheço relativamente bem. Já estive lá (aí) em 2011 e 2012, e por sinal retorno este ano em outubro. Fui aluno num curso intensivo com a profa. Dora, e também a acho uma pessoa incrível, pois além de um conhecimento profundo sobre os azulejos, é de uma simpatia e generosidade imensas.
      Amo as fachadas de Lisboa, já fiz centenas (literalmente) de fotos, mas na verdade, embora parecidas na forma e uso dos azulejos, as daqui do Rio de Janeiro tem uma grande diferença: a maior parte dos azulejos são holandeses, e em segundo lugar, franceses. Os azulejos portugueses são muito raros! O que temos muito são os telhões de faiança pintada do norte de Portugal.
      abraços!

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  15. Oi que maravilha ! Queria ver mais fotos internas desde casarão maravilhoso, fotos das salas,quartos o q tiver,mesmo q n esteja em estado preservado!obrigada

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  16. Maravilhosos os comentários, mesmo para leigos, como eu.
    O solar deveria ser estupendo!
    Também nós conseguimos recuperar uma casa sede de fazenda (de 1.813),muito simples (sem nenhuma comparação ao solar), após abandono de 20 anos.
    Que a empreitada seja vitoriosa !!!!

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  17. Que aula sobre o Engels Net/ Crochet tens aqui Fábio. Parabéns! Camila (@azulejoslx)

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    1. Obrigado, Camila! Esta postagem/debate por sinal já me levou longe! :) Me levou a participar em 2013 de um debate de um encontro organizado pelo PISAL. abraços!

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