sexta-feira, 21 de novembro de 2014

São Gonçalo I - capela de Sant'Anna - Fazenda do Colubandê


A Fazenda do Colubandê é um dos monumentos históricos mais bem preservados de São Gonçalo. Parte da sesmaria doada ao colonizador Gonçalo Gonçalves, teve seu engenho vendido ao cristão novo Ramirez Duarte de Oliveira, que mudou de nome a fim de fugir da Inquisição. Em 1713, a fazenda foi confiscada pela igreja e entregue aos jesuítas. A casa grande foi construída em torno de um poço do século 17, de acordo com a tradição judaica, e não segue um estilo padrão, pois foi sendo reformada ao gosto de cada dono. O teto tem estilo oriental, as janelas mostram influência da época de Luís XV e o entorno do varanda possui 16 colunas em estilo grego-romano, com conversadeiras entre cada coluna.



A casa-sede foi erguida ao lado da capela de Sant'Anna, de estilo jesuítico e características mouras na parte de cima. Datada de 1618, foi construída em homenagem a Nossa Senhora de Montserrat. Passou por reformas em 1740, quando foram instalados nas paredes da capela-mor dois paineis de azulejos portugueses em estilo barroco-rococó. Um mostra a imagem de Sant’Ana, mãe da Virgem Maria, ensinando-a a ler e outro retrata o pedido de casamento de São Joaquim e Sant'Ana, avós de Cristo.




foto: Claudio Prado de Mello [>>]



foto: Claudio Prado de Mello [>>]

foto: Claudio Prado de Mello [>>]

O conjunto arquitetônico da casa e fazenda foi tombado pelo Iphan em 1940. Atualmente está sob responsabilidade do Batalhão Florestal e de Meio Ambiente da Polícia Militar.



Próximo à casa principal existe um mural em homenagem às mulheres assinado pela artista plástica Djanira, da década de 1960.

fonte do texto e fotos (bem como mais informações e vídeo): http://mapadecultura.rj.gov.br/manchete/fazenda-do-colubande

7 comentários:

  1. Olá Fábio,

    É bom saber que continua desse lado a descobrir belezas e a partilhá-las aqui! Eu gosto muito quando nos leva à descoberta destes tesouros artísticos de origem portuguesa espalhados pelo estado e pela cidade do Rio de Janeiro.
    Este conjunto de edifícios é muito bonito, mas o interior da capela é uma maravilha!
    Os painéis de azulejos com as molduras rococó surpreenderam-me, para além da beleza e do tema religioso de Sant’Ana de que sou fã ;), pela data relativamente recuada, meados do séc. XVIII, em que foram aplicados em terra brasileira. Há muitos painéis deste género de fabrico coimbrão, mas estes acredito que sejam de Lisboa onde este estilo em azulejo se desenvolveu mais cedo do que em Coimbra.
    Graças às suas partilhas neste blogue, tive oportunidade de ir recentemente visitar o Museu do Açude aí no Rio. Ando a arranjar fôlego para fazer um poste sobre o que lá vi...mas que em parte já conhecia das suas fotos.
    Um abraço e obrigada

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    1. Olá Maria Andrade,
      Que bom tê-la por aqui, e também saber que esteve finalmente no Museu do Açude. Não espero por ver sua postagem sobre o museu, pois será interessante ver como olhos portugueses veem aquilo tudo, aquela mistura toda.
      abraços!

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  2. Bem Fábio, este edifício é absolutamente fantástico. A fotografia da fachada da capela trouxe-me à memória alguma da arquitetura que exportámos para o oriente, com aquela cúpula e o frontão com curvas e contracurvas.
    Absolutamente fantástico.
    Pelo que conheço (e não sou perito, como sabes), julgo que este tipo de azulejaria Rocaille parece ser posterior a 1740, pois estas formas só invadiram a nossa pintura azulejar após o terramoto de 1755.
    Os concheados algo assimétricos, os elementos decorativos "asa de Morcego" e a explosão cromática com recuperação da paleta quase total de cor, são caraterísticas típicas do período 1755-1770. 1770 já marca a derradeira fase do Rocaille na pintura azulejar portuguesa.
    Então aquela colunata da varanda que rodeia a casa, típica da arquitetura colonial, é um primor!
    Fico felicíssimo por saber que esta casa está tombada, ao abrigo de vandalismo, e pronta a receber as novas gerações, para que consigam vivenciar o valor eterno da arte, quando esta transporta os genes de uma civilização.
    Os parabéns por este post tão feliz
    Manel

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  3. Olá Manel,
    obrigado por suas observações! Como eu não entendo nada do assunto, me limitei a reproduzir as informações que encontrei sobre quando a capela teria sido azulejada. E como se sabe, estes dados históricos por aqui nunca são devidamente preservados nem corretamente pesquisados.
    Também fico feliz que esteja tão bem cuidada, e para mim já foi uma surpresa a sua existência, que dirá o bom estado.
    abraços!

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  4. Fábio

    Tal como o Manel, acho a fachada da capelinha muito semelhante à arquitectura de muitas igrejas em Goa, na antiga Índia Portuguesa, bem como à de algumas igrejas mais antigas em Angola, situadas junto à costa.

    Aliás, mesmo aqui em Portugal, há uns tempos descobri uma capelinha que faz eco dessa arquitectura que se espalhou pelas antigas colónias portuguesas. Mostrei-a em http://velhariasdoluis.blogspot.pt/2010/02/capelinha-perto-de-soure.html

    A azulejaria rocaille é absolutamente luxuosa!!!

    Um abraço

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    1. Olá Luis,
      Interessante isso tudo, pois temos outras pequenas igrejas e capelas assim, geralmente pelo litoral, que era, obviamente, onde primeiramente iam se estabelecendo os portuguesas ao chegar por aqui. Era um "estilo simplificado exportação" ;-) !!
      Uma que lembro de cara é a primeira igrejinha de São Pedro d'Aldeia:
      https://c2.staticflickr.com/8/7329/8871582173_7676d3115e_z.jpg
      Vou lá rever a capela tuga.
      abraços!

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  5. Está capela tem um calabouço muito cinisttro onde os escravos eram torturados

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