sexta-feira, 10 de junho de 2016

Alto da Boa Vista V

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Bebedouro da Floresta da Tijuca - Rio de Janeiro, foto de Washington Costa.

Este é sempre um padrão complicado de se atribuir origem, não apenas por ter sido produzido na Holanda e Portugal, como por também ter existido no Brasil pelo menos nas décadas de 1960/70, senão até antes, e que ainda hoje é produzido em pequena escala para projetos de decoração.

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Esta versão brasileira, ao vivo, é fácil de perceber, pois é extremamente regular, resultado da impressão industrial do padrão. E os azulejos acima me parecem ser assim, absolutamente regulares. A flor central chega a ser entediantemente "certinha".

As versões portuguesas que conheço são em apenas azul cobalto. As versões holandesas podem ser tanto integralmente em azul, como em azul/manganês e ainda azul/vermelho. Esta acima, como tem a flor em amarelo, me faz acreditar se tratar da versão brasileira bem mais recente que as estrangeiras.

Catálogo do Museu do Azulejo da Holanda

livro de modelos de 1890 da fábrica Ravesteyn (1844/1994),
Utrecht,  Países Baixos.
cortesia  Johan Kamermans, Museu Nacional do Azulejo dos Países Baixos.

"Estrela de Hamburgo" holandês encontrado em uma igreja do Rio de Janeiro [>>]

catálogo fábrica Makkum (1670, ainda em operação), Littenseradiel, Frísia,  Países Baixos.
cortesia  Johan Kamermans, Museu Nacional do Azulejo dos Países Baixos.

"Estrela de Hamburgo" fotografado no Largo de Santos - Lisboa
E comparem o que vemos na foto do bebedouro no início da postagem com esta imagem abaixo, que obtive em um outro site de "azulejos para decoração", que vende uma série de padrões que voltaram recentemente a ser editados aqui no Brasil, na onda da volta dos azulejos em peso à decoração e moda:


podemos também fazer a comparação com estes que fotografei em uma casa na Tijuca, provavelmente dos anos 1960/70:


Me parecem ser irritantemente regulares como vemos na foto do bebedouro. Até a flor central tem o mesmo desenho entediantemente "certinho", que não encontramos nem em azulejos holandeses, nem portugueses. Para mim, porém, o que mais "entrega"estes azulejos são as flores amarelas nos cantos, que jamais vi em qualquer versão da "Estrela de Hamburgo", exceto na fabricada no Brasil.

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