sexta-feira, 8 de junho de 2012

Alto da Boa Vista I - Painel de Azulejos com mapa da Floresta da Tijuca


Este paínel de azulejos, em estilo de azulejaria portuguesa, que se encontra na Floresta da Tijuca (Rio deJaneiro, RJ), orientando os visitantes desde os idos de 1946, foi confeccionado por uma empresa especializada em cerâmica artística (Cerâmica Brasileira Pró-Artística Bordalo Pinheiro), sob encomenda de Raymundo Ottoni de Castro Maya quando este foi administrador do parque entre os anos de 1943 e 1946.


Autoria e créditos ressaltados no painel

No canto inferior direito do Painel, na moldura, vemos a autoria do trabalho, onde consta a emrpesa que produziu sob o nome de "Cerâmica Brasileira Pró Arte Bordalo Pinheiro", do Rio de Janeiro. Contém também a assinatura do provável artista responsável pelas ilustrações, assinado com a letra "R" e sobrenome "Silva".


No canto inferior esquerdo do painel, podemos ver o título e as referências do mapa, escritas dentro de uma ilustração neo-colonial com os seguintes escritos por ondem e aparição, de cima para baixo:

P.D.F. (Nota: Sigla da antiga Prefeitura do Distrito Federal)
Floresta da Tijuca
Roteiro e sítios pitorescos da Floresta
Obras de remodelação feitas pela Prefeitura do Distrito Federal nas administrações: Henrique Dodsworth e Hidelbrando Goes
Execução e Direção de Raymundo de Castro Maya
1943-1946

Quem já viu as diversas postagens sobre o Museu do Açude, uma das casas deixadas por Raimundo Castro Maya para abrigar uma de suas coleções de arte, não poderá deixar de notar também seu gosto por cerâmica artística e painéis de azulejos.

Refletindo seu gosto aliado à capacidade de criar recantos agradáveis em cenários naturais, Castro Maya deixou na Praça da Cascatinha Taunay sua marca: painéis de azulejos. Não somente neste local, mas por outros pontos da floresta, existem bancos, chafarizes e marcos, onde algumas informações foram escritas sobre painéis de azulejos. Em diversos locais, azulejos são usados também como elemento de revestimento e decoração.

Abaixo do painel das fotos acima, há uma fonte que derrama água no que parece ser uma antiga banheira de mármore de carrara, tida como obra do do século XIX, lavrada com motivos florais e efígie de sátiros.

Existe outra fonte no pátio inferior da Cascatinha, com frontíspício em azulejaria portuguesa (padrão "Miragaia") e bica em forma de golfinho, feito em louça, em tom azul, tendo à sua frente outra banheira de mármore de carrara. 


Supõem-se que esta banheira, bem como algumas outras peças do gênero que se encontram no parque, possam ser provenientes de antigas construções, demolidas para abrir passagem para a abertura da ampla Av. Presidente Vargas, no centro do Rio de Janeiro. Em suas memórias sobre sua administração do parque da Floresta da Tijuca, Castro Maya cita que adquiriu material de valor artístico proveniente de edificações demolidas para a construção da Av. Presidente Vargas, e utilizou algumas peças inclusive na reconstrução da antiga residência do Barão de Escragnolle, atual restaurante "Os Esquilos" (também na Floresta da Tijuca). [ fonte >> ]





fonte do leão - foto: Raul Félix
Segundo esta fonte [>>], os dois monumentos abaixo na Floresta da Tijuca, porém, seriam de autoria de Curzio Zani em teriam sido instalados em agosto de 1928, portante, antes da administração Castro Maya, de 1943 a 1946.

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