Já que venho sistematicamente apresentando os azulejos antigos no Centro do Rio de Janeiro, achei que era hora para fazer uma pausa para falar sobre um dos pontos turísticos mais recentes da cidade, que envolve os azulejos. Trata-se da Escadaria Selarón.
A Escadaria Selarón é obra do artista chileno Jorge Selarón. Jorge Selarón (Chile, 1947; Rio de Janeiro, 2013) foi um pintor e ceramista autodidata chileno, que depois de passar por quase 50 países, decidiu se radicar na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Ele é o autor de muitas obras que decoram os bairros cariocas da Lapa e de Santa Teresa.
Na década de 1990 Selarón iniciou os trabalhos de renovação da escadaria que passa em frente à sua casa e que estava em péssimo estado de conservação. trata-se da Escadaria que leva ao belo Convento de Santa Teresa. A escadaria foi inicialmente decorada por Selarón em 1994, por ocasião da Copa do Mundo de futebol de 1994, quando ela teve seus 215 degraus e 125 metros decorados com mais de 2.000 azulejos diferentes, provenientes de mais de sessenta países: África do Sul, Alemanha, Argentina, Áustria, Canadá, Chile, Colômbia, Coréia, Bélgica, Bolívia, Brasil, Chile, China, Equador, Escócia, Estados Unidos, Egito, Espanha, Filipinas, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Índia, Indonésia, Inglaterra, Iraque, Irã, Irlanda,Israel, Itália, Japão, Líbano, Marrocos, México, Nigéria, Paquistão, Paraguai, Peru, Polônia, Portugal, Rússia, Suíça, Turquia, Uruguai, e Venezuela. Desde então, os azulejos são permanentemente trocados, utilizando-se de azulejos que são remetidos ao artista por fãs do mundo inteiro. Isso dá um caráter orgânico e mutante à obra.
Selarón também embelezou o local fazendo um jardim suspenso. Plantou flores, palmeiras e arbustos dentro de antigas banheiras. A relação do artista com sua obra continua vibrante. Diariamente Selarón varre e limpa a escadaria. Cuida da sua “escultura” com muito apreço como se fosse uma extensão de sua casa.
No começo os vizinhos zombavam das combinações bizarras de cores e, o que era pra ser um passatempo acabou virando uma obsessão que consumia praticamente todo seu dinheiro. Passou então a vender suas pinturas para financiar a empreitada e após vários anos de exaustivo trabalho, a escadaria tornou-se um sucesso, convertendo-se em um belo cartão postal da cidade.
A obra já foi matéria de muitas revistas, jornais, documentários, video clips e comerciais de TV. A Escadaria já foi até mesmo usada como inspiração para coleções de moda. Em 2005, a prefeitura da cidade deu à Selarón o título de Cidadão Honorário do Rio de Janeiro e oficializou o tombamento da escadaria.
obrigado a todos os muitos sites de onde "emprestei" textos e fotos. Entre eles:
- Wikipedia
- Literatura & Rio de Janeiro
- Cerâmica no Rio
- Revista Biografia
----------------------------------------------------------
Atualização em 19/01/2013
O caro amigo Raul Félix me passou o link de um filme sobre o Selarón em 3 partes, que inncluí abaixo:
Este artista deixou nesta escadaria de azulejos um trabalho tão original- dentro do kitsch, é certo - que bem merece ser de novo aqui lembrado, para além da distinção que obteve da prefeitura. Certamente, ao tornar a escadaria um foco de atração turística, contribuiu para que este local, para além de se tornar visualmente interessante, melhorasse também no ambiente social. Já lá estive e sei como essa zona é um tanto problemática...
ResponderExcluirE depois é tão engraçado descobrir ali azulejos de que até conhecemos a origem!
Bjos.
Ainda é um zona problemática, onde ocorre muito tráfico de drogas, e a morte dele pode estar relacionada com os traficantes, infelizmente.
ExcluirCertamente é uma obra kitsch. Eu não acho a escadaria bonita, a acho curiosa, diferente, interessante como arte ingênua, espontânea.
beijos