domingo, 23 de março de 2014

Centro XLVIII - Igreja de Santa Luzia

Há muito que queria fazer uma postagem sobre as cúpulas da Igreja de Santa Luzia, que é mais um dos tantos exemplos de cúpulas azulejadas no Rio de Janeiro.

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Mas me faltava ir até à Igreja fazer as fotos das cúpulas. O que agora irá demorar um bom  tempo, pois a igreja (felizmente) entrou numa profunda e detalhada restauração.

O lado bom disso é que existe um diário fotográfico da restauração em andamento, e neste, há fotos muito boas das cúpulas, de um ângulo que eu não poderia fotografá-las.
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História da Igreja

Com a transferência do núcleo urbano para o Morro do Castelo em 1565, a devoção à Santa Luzia passou a se realizar na ermida de Nossa Senhora dos Navegantes, ereta por pescadores junto ao sopé do Morro do Castelo, que mudou de padroeira ao ser reconstruída pela Irmandade de Santa Luzia.

Com o passar dos anos a ermida de Santa Luzia já se encontrava bastante deteriorada e a Irmandade da Gloriosa Virgem Mártir de Santa Luzia resolveu reerguê-la em meados do século XVIII. Assim, por provisão datada de 12 de janeiro de 1752 foi edificado um novo templo que contava apenas com uma torre, e a frontaria tinha só uma porta de entrada.

Capa do Estatuto da Irmandade da Gloriosa Virgem Mártir de Santa Luzia, 1765.

Em recenseamento de 1890 havia na Freguesia de Santa Luzia 39.627 habitantes. Dentre as diversas instituições situadas na freguesia destacam-se o Hospital da Santa Casa de Misericórdia, a Câmara dos Deputados, a Cadeia Velha, a Escola de Medicina, a Biblioteca Municipal, o Conselho Municipal, o Liceu de Artes e Ofícios, o Quartel Central da Brigada Policial, o Passeio Público, dentre outras. 

Igreja de Santa Luzia, por volta de 1865.

Em 1818 o desejo pessoal de D. João VI em ir a Capela de Santa Luzia para pagar uma promessa feita para que seu neto D. Sebastião se curasse de um mal dos olhos provocou mudanças na região. Até esse momento o caminho para Santa Luzia era penoso e difícil.

Acompanhando as modificações no entorno, a Capela de Santa Luzia também passa por mudanças. É em meados do século XIX que a mesma sofre uma grande reforma. As modificações ocorridas na referida capela nessa época fazem parte de um movimento percebido em inúmeras igrejas da cidade do Rio de Janeiro de adaptação dos pequenos templos a novas necessidades e usos. De um modo geral, as capelas crescem verticalmente e são acrescentados óculos, coro, claraboias, tribunas, corredores laterais etc., assim como guarda-corpos.

A Igreja de Santa Luzia passa por uma nova reforma em 1872 , na qual duas altas torres substituem a existente, uma porta ampla e bem trabalhada é feita e mais duas portas laterais foram abertas para a entrada no templo. Nessa mesma época na Igreja são construídos dois campanários azulejados

1917

A Igreja de Santa Luzia sobreviveu à destruição do Morro do Castelo (década de 1920), permanecendo ainda a beira-mar, característica que foi modificada em questões de alguns anos com os sucessivos aterros. É durante o século XX, portanto, que a igreja afasta-se definitivamente do mar, assim como toda a antiga orla será modificada. Hoje, a impressão é de que a igreja encontra-se "perdida" entre os enormes prédios ao seu redor, abafada pelo seu tamanho e sem "posição" em função da perda do referencial do mar.

década de 1960
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5 comentários:

  1. Excelente publicação, Fábio! E que bom ver mais uma obra dessas sendo recuperada, fiz uma viagem pelo álbum do restauro! Abraço.

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  2. Enquanto que a fachada poderia ser portuguesa, as torres não o são, definitivamente.
    Quanto ao revestimento azulejar é absolutamente fantástico.
    Gostei muito do enquadramento histórico que fizeste, muito completo e as fotografias completam perfeitamente o entorno.
    Muito bom post este Fábio, parabéns e congratulo-me por saber que estas torres estão em plenos trabalhos de restauro. Ainda bem, nem tudo são más notícias
    Manel

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    1. Obrigado, Manel!
      Só espero que eles limpem e recuperem os azulejos, ao invés de arrancá-los, e trocá-los por novos em folha, como tem acontecido demais por aqui.
      abraços!

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  3. Olá Fábio Carvalho.

    Paz e Bem.


    Bela e original postagem. Realmente estas cúpulas recobertas de azulejos são um encanto.
    Mas como já falei, não entendo quase nada de azulejos (Vc poderia responder-me que se consultasse este seu Blog já estaria bem encaminhado...)
    Quando tiver algo que valha dizer (e que valha Vc ler) não deixarei de fazer.
    Por enquanto só visitas e passeios poe estes posts tão agradáveis.

    Vi um comentário seu sobre uma exposição de louça portuguesa. É virtual ou ... (concreta?).
    Onde podemos ver?

    Uma abração.

    Amarildo

    PS. Não se importe se repetir este comentário nos seus outros blogs. Vou procurar por eles também.

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    1. Olá,
      Se eu respondesse algo assim, estaria sendo presunçoso, e mentiroso, pois eu também quase nada sei sobre o assunto. Sou apenas um curioso sobre os azulejos.
      abraços!

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