domingo, 19 de outubro de 2014

São Cristóvão V - Hospital dos Lázaros (Hospital Frei Antônio)

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A origem do Hospital dos Lázaros deve ser atribuída ao governador-geral do Rio de Janeiro, Gomes Freire de Andrade, conde de Bobadella. Em 1741, ele manda recolher 52 leprosos em pequenas casas simadas em São Cristóvão, sustentando-os com suas esmolas. Esses doentes estavam entregues aos cuidados de enfermeiros donatos, frades franciscanos de Santo Antônio, auxiliados por negras detentas de crimes graves.
O bispo dom Antônio do Desterro, membro do triunvirato que passa a governar o Rio de Janeiro em 1763, após a morte do conde de Bobadella, solicita à Irmandade do Santíssimo Sacramento da Candelária que assuma a administração dos Lázaros de São Cristóvão, dado o estado de abandono a que agora estavam relegados.

Dom Antônio havia sido inquisidor dos jesuítas, expulsos do Brasil em 1759, e solicita ao novo vice-rei, conde da Cunha, que este requeira a el-rei a transferência dos leprosos para a Casa dos Jesuítas, tornada propriedade real após a expulsão.

Para ler a história completa do hospital, e ver algumas fotos do prédio, acesse este link.

A primeira vez em que o hospital recebeu azulejos foi em 1896-97, nos corredores e passadiços da cozinha, desde a entrada dos jardins até a primeira área interna. Depois, em 1899, os banheiros tem as paredes revestidas de azulejos, e o saguão também é revestido de azulejos, numa extensão de 76m por l,50m de altura. 

Já os azulejos com belíssimos motivos florais (gosto particularmente dos gerânios) que vemos abaixo foram acrescentados no período que se estende de 1917 a 1920.

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Atualização em 11/7/2017

Os painéis de azulejos de gerânios seriam belgas, da fábrica "Gilliot & Co." da cidade de Hemiksem, perto de Antuérpia, conforme pode ser verificado aqui >>.

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Atualização em 11/7/2017

Aqui nesta área externa os painéis de azulejos estão completos, com as glicínias em cima, e os gerânios em baixo, painéis este que seriam belgas, da fábrica "Gilliot & Co." como já vimos antes nesta postagem, e que pode ser verificado aqui >>.

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Sei que foge ao tema do blog, mas não poderia deixar de mostrar aqui o magnífico portão de ferro da entrada do hospital, e foto de Ivo Korytowski.

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17 comentários:

  1. Salve Fábio!
    Realmente esses azulejos com gerânios são um mimo. Nunca tinha visto um conjunto destes tão apetecível de se ter, quanto mais não seja para se ter um jardim permanente em casa.
    E então o portão é magnífico, com um trabalho de ferro auxiliado pela cantaria que dignifica qualquer entrada.
    Todas as tuas postagens são muito especiais e interessantes, tanto mais que são extraordinariamente originais, e esta, como não poderia deixar de ser, continua nesse caminho, apresentando azulejos que, na verdade, não sendo muito antigos, são um verdadeiro mimo.
    Abraço
    Manel

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    1. Olá Manel,
      Exatamente por serem azulejos tão interessantes, apesar de serem alguns dos mais recentes que já publiquei, é que eles estão aqui. Mas também não podia deixar de mostrar aquele portão, e o calçamento em pedra portuguesa art nouveau, que é tão lindo e ÚNICO na cidade, e todo este conjunto fica escondido à população.
      abraços!

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  2. Adorei o artigo Fábio!

    Atualmente, estou pesquisando sobre o patrimônio arquitetônico e o processo de tombamento do Hospital Frei Antônio.

    Parabéns pelo blog e por tuas pesquisas!

    Abraços!

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  3. A procedência dos azulejos é conhecida?

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    1. Não por mim. Espero um dia descobrir.

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    2. Fábio, quando vc descobrir me avise por gentileza. Futuramente, tenho vontade de fazer um estudo sobre os azulejos do hospital.

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    3. ADORO esses azulejos !
      Desde a primeira vez que os ví em alguma novela ou minissérie fiquei com vontade de ter um painel com esses gerânios em casa... quem sabe alguma reprodução, pois outro dia formavam a parede de um bar na minissérie A Fórmula.

      Enfim, quanto a procedência acho que posso ajudar, ao que tudo indica são belgas da fábrica "Gilliot & Co." da cidade de Hemiksem e estão presentes em outra construção no Rio, o Centro Cultural Municipal Laurinda Santos Lobo em Santa Teresa, na Rua Monte Alegre.

      http://www.belgianclub.com.br/pt-br/heritage/panel-floral-na-palacete-da-dona-laurinda-santos-lobos-rio-de-janeiro

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    4. Exatamente, Ci! Obrigado.
      Na página sobre o Centro Cultural Municipal Laurinda Santos Lobo já há esta informação do site sobre cultura belga no Brasil, que por sinal tem várias páginas baseadas no conteúdo deste blog.

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  4. QUAL A SITUACAO DESTE HOSPITAL HOJE???? SEI QUE ESTA FECHADO. MAS QUEM É RESPONSAVEL POR ELE??CONSEGUIRAM O TOMBAMENTO???? OBRIGADA!

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  5. Gabrielle

    Meu objeto de pesquisa foi o tombamento do Hospital Frei Antônio. Quem o administra é a Irmandade do Santíssimo Sacramento da Candelária. A edificação é tombada pelo Município desde 1985. Atualmente, o prédio necessita ser reformado, restaurado e revitalizado. Às vezes, a ambiência é alugada como locação para novelas de época. Se quiser saber mais um pouco, estou enviando estes meus artigos:

    https://www.academia.edu/32078013/O_tombamento_do_Hospital_Frei_Ant%C3%B4nio_notas_de_pesquisa

    https://www.academia.edu/36538440/Hist%C3%B3ria_Arquitetura_e_Patrim%C3%B4nio_Cultural_da_Sa%C3%BAde_o_caso_do_Hospital_dos_L%C3%A1zaros_do_Rio_de_Janeiro

    Um abraço!

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    1. Obrigado Tarcísio pela resposta tão rápida, a uma questão que eu não saberia atender; foi útil para muitos!
      abraços

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  6. Fiquei entusiasmada com esses azuleijos.

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  7. Fiquei encantada com os azulejos,j visitei este hospital.

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  8. Que maravilha, vi este hospital ontem, no último capítulo de Travessia, achei maravilhoso. Alguém sabe informar se tem visitação ?

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    1. Clo

      Lá não é aberto à visitação contínua por ser um bem privado, administrado pela Irmandade da Candelária. É possível tentar agendar uma visita com a Irmandade. O telefone é (21) 32117000.

      Se quiser saber mais sobre a história desse patrimônio hospitalar, segue meus artigos:

      https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/Memoria/article/view/14965

      https://historiasocialecomparada.org/revistas/index.php/silloges/article/view/80

      Um abraço!

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